Cegueira
Os óculos já não resolvem
Os colírios já não lavam
A água já não limpa
Nada me faz enxergar
Nas entrelinhas dos teus beijos
No entrelace dos teus dedos
Eu leio o que tua língua escreve
Por todo meu corpo em braile
Estou cega de corpo e alma
Tateio o espaço onde transito
Buscando sedenta por teu cheiro
Encontro a tua melanina que me acalma